sexta-feira, outubro 20, 2006

Golpe de Estádio #02: Introdução

Quando a Polícia Judiciária começou a investigar a rede de corruptores e corrompidos envolvidos no mundo da arbitragem portuguesa a rede era já um polvo. Do artesanato dos primeiros tempos, passara-se ao mais refinado profissionalismo.
A empresa, altamente lucrativa, mas sem nome ou registo comercial, movimentava, por semana, milhares de contos. Isentos de tributação, o que ainda dava mais gozo... Reinaldo Teles era o operacional. O Patrão era, obviamente, Pinto da Costa. E Jorge Gomes nunca se importava de sujar as mãos e de dar a cara. Não era necessário mais ninguém nas operações especiais. Era tudo muito claro: metade da aposta para eles, outra metade para os árbitros. Os "patos" estavam sempre dispostos a entrar com muita massa, principalmente na recta final do campeonato. Quando as provas principais se iniciavam, o estado-maior decidia logo quem subia e quem descia, na certeza de que era nos escalões mais baixos que mais alto se ganhava. Eis um bom exemplo do sucesso desta empresa sem nome: um clube da I Divisão investiu, no final do campeonato, 50 mil contos para evitar a descida. O dinheiro foi entregue a Jorge Gomes. Mas o clube desceu, pois por vezes a bola teimava em ser redonda. Ou, se calhar, foi o Jorge Gomes que se esqueceu dos pagamentos.

2 comentários:

bgvp disse...

Como é que Leça subiu a 1ª divisão? Toda a gente sabia... mas apenas o Leça foi punido porque? E ja agora quantos clubes do norte (e não só, reconheço, pois há clubes do sul tb envolvidos) tem subido a 1ª divisão sem nenhum merito?

Que aconteceu a clubes como o Portimonense e o Farense? Lembram-se como desceram? Afrontaram quem?

Thor disse...

É o calciocaos na lingua de Camões!

Para mim, não é novidade!